Recordista mundial, medalha de ouro. Não é só nas pistas de corridas que o corredor mais rápido dos Jogos Paraolímpicos de Londres deixa os seus rivais para trás. Em setembro deste ano, o alagoano Yohansson Nascimento, de 25 anos, não perdeu tempo. Correu mais rápido do que nunca e garantiu o primeiro lugar do pódio.
O troféu? O sim da namorada Thalita, dito ao vivo para todo Brasil, após um pedido de casamento inusitado feito em frente ao público britânico durantes as Paraolimpíadas.
Depois de alcançar o recorde mundial dos 200m rasos com o tempo de 22s 05, o alagoano mostrou às câmeras um pedaço de papel improvisado. O que tinha escrito nele? Bem, o que toda menina, o que toda jovem e o que toda mulher imaginou pela menos uma vez em sua vida, ou seja, o tão esperado: Casa comigo?
O pedido ganhou até tradução em inglês feita pelo próprio Yohanssan, acompanhado de um rostinho feliz desenhado por ele na folha. A intenção do atleta era garantir que o maior número de pessoas testemunhassem aquele momento tão especial em sua vida.
A equipe do SporTV conseguiu fazer com que os dois se falassem ao vivo por telefone, minutos após o pedido ter sido feito às câmeras. Os dois se falaram emocionados.
Será que eles falaram na recém-conquistada medalha de ouro? Que medalha de ouro? Yohanssan estava mesmo preocupado em saber a resposta que sua namorada, Thalita, iria dar.
Para a felicidade do atleta a resposta foi a melhor possível:
Yohansson: - Você gostou do meu pedido?
Thalita: - Amei.
Yohansson: - Quero saber agora se você vai aceitar?
Thalita: - Claro que sim!
Thalita: - Amei.
Yohansson: - Quero saber agora se você vai aceitar?
Thalita: - Claro que sim!
Três meses se passaram desde que o recordista pediu a namorada em casamento diante do mundo. O casamento foi oficialmente confirmado; mas será que os dois ainda estão juntos? Será que se casaram?
A equipe do Globo Esporte entrou em contato com o Johansson, que garantiu que os dois ainda estão juntos. E que o casamento já tem data marcada.
- Ah, estamos juntos sim. O casamento vai acontecer em abril do próximo ano - conta empolgado.
Mas não foi só ao pedir a Thalita em casamento que o alagoano de 25 anos emocionou o mundo. Depois de sentir uma lesão, o grande favorito à medalha de ouro na final dos 100 m rasos T46, cruzou a linha de chegada, dessa vez não como o primeiro colocado.
Visivelmente sentindo muita dor e chorando copiosamente, o atleta completou, depois de um grande esforço, os metros restantes sob os aplausos do público na capital britânica. A medalha de ouro acabou ficando com o chinês Xu Zhao, que fez o tempo de 11s05, novo recorde asiático.
Mas o que será que passou na cabeça de Yohansson naquele momento?
- Fiquei muito triste por saber que aquela medalha poderia ser minha... Estava preparado pra ganhar mais uma, mas infelizmente não deu - lamenta.
Apesar do momento de dor e decepção por não poder finalizar a prova, Yohansson revela que não chegou a pensar que poderia ser o fim de sua carreira.
- Apesar de ter ficado bastante triste, em nenhum momento pensei que aquele seria o fim da minha carreira. Sabia que ficaria algumas semanas de "molho" na fisioterapia, mas sabia que em breve estaria competindo de novo - afirma.
Lição de vida
O atleta conta o que o ajudou a superar aquele momento difícil.
- Naquela hora só pensei que aquilo ali seria um momento passageiro. Temos que aprender a levantar a cabeça e aceitar que na vida nada é fácil e que muitas vezes passamos por dificuldades - lembra.
Após o fatídico dia, o nome Yohansson virou sinônimo de superação. Com quatro medalhas olímpicas em seu currículo, o atleta diz que já está trabalhando para novos desafios. - Minha rotina de treino é bem puxada. Treino de segunda a sábado em dois horários - garante o atleta.
O começo
Yohansson Nascimento tomou gosto pelo esporte depois de ter levado a sua primeira medalha de bronze em uma competição nacional. Sua carreira profissional começou logo após um convite feito por sua ex-treinadora Walquiria Campelo.
A vida hoje
O atleta que nasceu em Alagoas hoje mora em São Caetano do Sul, em São Paulo. Mas a cidade natal é o lugar de aconchego de Yonhansson. É onde ele encontra a família, a noiva e os amigos de infância.
- Apesar de morar em São Paulo, sempre estou indo visitar a minha cidade querida, que é Maceió.
O velocista conta que todo mês viaja até Alagoas para visitar sua família. E revela que sempre diz a todo mundo que sua terra natural é a mais bonita do mundo.
Referência
Sobre ser uma referência, Yohansson conta que junto com as conquistas vêm sempre as responsabilidades.
- Sinto que as responsabilidades são bem maiores hoje, pois sou um atleta a ser batido. E com certeza outra responsabilidade é ser um bom exemplo para muitos atletas. Tenho que sempre ser um bom espelho, um bom exemplo - dispara.
Yohansson ressalta também a importância de não desistir dos sonhos. - Todas as pessoas, sejam atletas ou não, nunca devem desistir dos seus sonhos.
Representando AL
Quando o assunto é representar Alagoas, Yohansson não tem dúvida.
- Me sinto muito orgulhoso em representar meu estado querido. Sinto uma satisfação enorme em saber que os alagoanos têm orgulho do trabalho que eu faço.
O futuro
O jovem atleta espera poder continuar dando muito orgulho a sua família e ser reconhecido como um dos melhores atletas de Alagoas por muito tempo.
Em relação às competições Yohansson revela que já está se preparando para o Mundial de Atletismo Paralímpico que acontece em julho, em Lyon, na França.
- Próximo ano tem o Mundial (França). Vou participar e buscar a minha medalha de ouro que eu deixei em Londres - brinca.
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